Brasil Ainda N O Est Preparado Para Cuidar Dos Idosos

Brasil ainda não está preparado para cuidar dos idosos, afirma médico
MARIANA BOMFIM
DE SÃO PAULO
25/03/2014 17h30
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Na próxima quinta-feira (27), o Fórum a Saúde do Brasil, realizado pela Folha, vai receber o médico e presidente do Centro Internacional de Longevidade, Alexandre Kalache, para falar das causas e implicações da transformação do Brasil num país de idosos nas próximas décadas.
Mais de um terço dos brasileiros terão mais de 60 anos em 2060, de acordo com estimativa do IBGE. Hoje, essa parcela é de 11%.
A transformação demográfica tem duas razões. Uma é a queda no número de filhos que as brasileiras têm ao longo da vida. Enquanto na década de 1970 a taxa de fecundidade era de 5,8 filhos por mulher, hoje ela é de 1,74. O índice é menor que o necessário para a reposição populacional (2,1) e menor que o de países desenvolvidos como os Estados Unidos e a França.
A outra causa é o aumento da esperança de vida ao nascer, que passou de 53,5 anos em 1970 para 75,1 anos em 2014. Com a expansão das redes de saneamento básico, o avanço da medicina, o desenvolvimento de novos medicamentos e a queda na mortalidade infantil, o brasileiro passou a ter uma vida mais longa.
O envelhecimento populacional provoca consequências como o aumento das despesas com previdência social, assistência social e saúde pública.
"Saímos de uma situação em que a mortalidade mais alta era por doenças infecciosas para um quadro em que as pessoas morrem de doenças crônicas", explica Kalache. "Nosso sistema de saúde não está preparado para lidar com essa realidade."
O aumento da proporção de idosos na população é uma tendência global.
Segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), entre 2000 e 2050, a porcentagem de idosos com mais de 60 anos na população mundial vai dobrar - de 11% para 22%.
As razões são as mesmas. A taxa de fecundidade do planeta caiu pela metade entre 1950 e 2010, de 5 para 2,5 filhos por mulher. E a expectativa de vida vem