Boudica
Bélo, Tais Pagoto
Doutoranda do programa de pós-graduação do IFCH/Unicamp taispbelo@gmail.com Orientador: Pedro Paulo Abreu Funari
Agência de Fomento: Fapesp
Resumo:
Esta comunicação tem por objetivo demonstrar como Boudica, rainha Bretã da tribo dos Iceni, que viveu no século I d.C, foi utilizada no século XIX e posteriormente como um símbolo de nacionalismo e poder feminino, tomando como estudo suas estátuas feitas em Londres, Cardiff e Colchester, além do vitral na prefeitura dessa última cidade.
Durante o século XIX tardio e o início do século XX, a palavra ‘tradição’ foi usada com propósitos nacionalistas e a concepção para isso foi legitimada através de símbolos, assim como bandeiras, hinos nacionais e, as vezes, com a personificação da nação, contando com personagens que representariam um herói ou heroína. Esses símbolos podiam ser ligados as práticas governamentais, possuírem seus próprios valores e regras, serem facilmente aceitos pelo povo e terem uma conexão com o passado. A essência desse estudo é pensar sobre os usos do passado diante da figura feminina de Boudica, sua importância e seu significado para os Britânicos. Sendo que, objetos, patrimônios, estátuas, pinturas, construções estão enraizados na cultura e na história de um grupo ou uma nação e são envolvidos de sentimentos, memória, honra, nostalgia e poder.
Palavras-chave: poder, nacionalismo, memória.
1- Introdução
Esta apresentação inicia-se pela demonstração das fontes textuais, como ilustração de como Boudica foi primeiramente representada, e a cultura material, que
indica a importância desse ícone heróico, muitas vezes nomeado Boudica ou
Bodicea1, para a História da Grã-Bretanha.
As fontes textuais que descreveram a guerreira em primeira mão, durante os acontecimentos dos anos de 60 a 61 d.C., período conhecido como Idade do Ferro, são aquelas escritas por Tácito (1914 e 1968) A vida de Agricola e