Botulismo
ETIOLOGIA E PATOGENIA
O botulismo é causado pela ingestão da toxina do Clostridium botulinum, que é um bacilo anaeróbio, cujos esporos podem estar no solo, água ou trato digestivo de diferentes espécies.
A forma vegetativa do C. botulinum se desenvolve em ambientes de anaerobiose, como em cadáveres em decomposição; no fundo de águas paradas; ou em alimentos deteriorados.
Atualmente, são conhecidos 7 tipos de neurotoxinas: A, B, C1, D, E, F e G. As toxinas C e D causam botulismo em bovinos, ovinos, eqüinos e, esporadicamente, em outras espécies. São as de maior importância epidemiológica.
As toxinas tipo A, B, E e F causam a doença em humanos, enquanto que o tipo C afeta aves domésticas e silvestres.
Nos cadáveres em decomposição os esporos encontram condições de anaerobiose e putrefação adequadas para se desenvolver e produzir toxinas.
O ambiente de anaerobiose é facilitado pela presença do couro, havendo intensa produção de toxinas que impregnam ossos porosos, ligamentos e tendões.
Esporos de C. botulinum ingeridos por um animal normal, passam pelo tubo digestivo sem causar qualquer problema. A doença ocorre quando os animais ingerem toxinas contidas na água ou em alimentos.
As toxinas são absorvidas e transportadas aos neurônios sensíveis por via hematógena, e atuam nas junções neuromusculares, provocando paralisia funcional motora sem interferência com a função sensorial.
Afetam, principalmente, o sistema nervoso periférico, onde bloqueiam a liberação de acetilcolina o que impede a passagem dos impulsos do nervo para o músculo. O resultado é a paralisia flácida.
Casos de botulismo tóxico-infeccioso têm sido relatados em eqüinos e humanos. Nesses casos, o indivíduo ingere pequenas doses da toxina, que promove estase intestinal, o que possibilitaria um ambiente adequado para a proliferação de C. botulinum e a produção de toxinas in vivo.
EPIDEMIOLOGIA
No Brasil, o botulismo, conhecido, também, como "doença da vaca caída", causa grandes