Os modelos de barcos que interagem com os golfinhos, onde acontece o turismo variam amplamente. Os resultados sugerem que a forma de aproximação, na Praia de Pipa, não está relacionada com o afastamento de golfinhos na enseada. Porém o boto-cinza consegue perceber ruídos subaquáticos do funcionamento dos motores, cavitação, aceleração súbita, além de ruídos aéreos provocados pelos turistas. O comportamento aéreo do boto-cinza foi mais evidente quando não foi observada a presença de filhotes. Os grupos de filhotes mostram alterações comportamentais. Em todas as condições de interação a média de comportamentos de afastamento foi maior do que a de aproximação. Isso pode ser interpretado como um comportamento de defesa, buscando proteção aos animais mais jovens através do deslocamento para fora da enseada da Praia do Curral. Grupos com filhotes diminui o tempo de interação por se afastar, só grupos com animais adultos interagem mais tempo com barco. Foi percebido também, que a redução na atividade de alimentação, atividades de forrageio, perseguição e captura de presas foram observadas mesmo com a presença de embarcações, mas somente nas partes mais rasas da enseada ou em áreas diferentes em que se encontravam o barco. É possível supor que a presença de barcos perturbe as atividades específicas dos animais ao provocar sua movimentação. Os autores sugerem que os golfinhos poderiam mudar suas preferências de habitat para evitar áreas de alto tráfego de barcos, assim como sugerem que eles só participem de brincadeiras que envolvam atividades em que aspectos sociais são mais evidentes do que atividades locomotoras. Portanto, é de se esperar que grupos com maior número de filhotes aumente a socialização, devido ao aumento das brincadeiras locomotoras e não a outros comportamentos de