bosques
Humberto Eco, inicia este capítulo, falando de um acordo fundamental para se ler textos ficcionais. O leitor deve se desprender de qualquer descrença, deve saber que o que está lendo trata-se de uma história imaginária, mas que nem por isso serve para enganá-lo como se fossem bobagens, a relação que se faz nesse caso é de extrema concordância, tanto com a proposta do autor, quando com a roupagem do texto ficcional, respeitando cada uma de suas figuras imaginárias. Quando o público entende que a obra de ficção não corresponde totalmente ao mundo real, ela atinge mais sucesso e credibilidade, podendo fazer mais sentido para seus leitores. Mesmo que essa afirmação pareça óbvia, ao entrar no bosque da ficção, suspendemos nossa descrença em relação a algumas coisas e não a outras. Visto que, a fronteira da imaginação e do real pode ser ambígua, mas o mundo ficcional aqui citado aumenta muitas possibilidades e permite que façamos várias inserções do real para o imaginário e vice versa. As fábulas são um exemplo dessa mistura entre mundo real e mundo ficcional, é uma mistura entre surrealismo e realismo. De um fato impossível, se estabelece a possibilidade no mundo real.
“Isso significa que os mundos ficcionais são parasitas do mundo real. Não existe nenhuma regra relativa ao número de elementos ficcionais aceitáveis numa obra. E, com efeito, aqui, há uma enorme variedade – formas como a fábula, por exemplo, a todo instante nos levam a aceitar correções em nosso conhecimento do mundo real. No entanto, devemos entender do que tudo aquilo que o texto não diferencia explicitamente do que existe no mundo real corresponde às leis e condições do mundo real.” Eco, pág. 89.
Talvez o que Eco queira dizer nesse parágrafo, é que o mundo ficcional não existe sem o mundo real, isso o classifica como parasita do mundo real, para um leitor compreender o que se passa nesses bosques da imaginação é necessário que seus pés estejam no mundo real, do contrário, não