Bobbio e sua distinção entre democracia ideal e democracia real
A crítica que Bobbio faz à academia em relação à democracia é que suas teorias não são muito aplicáveis à realidade concreta. Ele levanta temas em relação à democracia: um deles é que as pessoas tendem a falar que a democracia é o autogoverno do povo. Bobbio diz que a democracia, na verdade, refere-se a uma minoria eleita que governa a maioria, são elites eleitas para governar o povo. Além disso, ele diz que na democracia a maioria só pode eleger o seu governante através do voto e que dever existir uma frequência nas eleições, e que essa frequência tem de estar acompanhada da proibição de possíveis reeleições, pois somente dessa forma o regime democrático será exercido. Bobbio também se expressa a respeito da mobilidade política dos partidos no poder, que tem que ocorrer para que a democracia exista de fato, e que esses partidos devem defender vários interesses, pois, na realidade, os partidos tendem ao centrismo. Outro tema levantado por Bobbio é em relação ao papel da burocracia, criticando que aquele que administra o Estado exerça sua função burocrática de forma moralmente responsável, onde a solução seria ter uma reforma educacional. Para Bobbio, o valor último para a democracia deve ser buscar a igualdade. A solução para superar todas as dificuldades intrínsecas da democracia passa por compreender a democracia como um regime político que tem um objetivo: buscar a igualdade entre os Homens que por ele são governados. Bobbio faz uma comparação entre democracia ideal e a democracia real. O que idealmente deveria ser a democracia e o que na prática é realizado. Em uma democracia ideal, somente uma instituição deve exercer o poder (o Estado); na realidade existem muitas instituições que exercem o poder (como exemplo, privatizações de alguns locais), que gera insegurança democrática; na democracia ideal não deveria haver o poder invisível, um poder não oficial, mas na prática temos