boarracha

3915 palavras 16 páginas
Faça você mesmo uma borracha quântica
Com um equipamento simples, você pode fazer em casa uma experiência que ilustra um dos efeitos mais incríveis da mecânica quântica
Rachel Hillmer e Paul Kwiat
Já é bem conhecida a forma estranha com que a teoria da mecânica quântica tenta explicar o funcionamento do mundo. As noções do senso comum sobre as quais se assenta a nossa percepção da realidade cotidiana são violadas: alternativas contraditórias podem coexistir, como um objeto que segue dois caminhos diferentes ao mesmo tempo; objetos não possuem posições e velocidades precisas simultaneamente; e as propriedades dos objetos e acontecimentos que observamos podem estar sujeitos a uma aleatoriedade intrínseca que não tem nada a ver com as imperfeições de nossas ferramentas ou nossa visão.

Foi-se aquele mundo confiável em que os átomos e outras partículas deslizam como bolas de bilhar bem comportadas pelo feltro verde da realidade. Em vez disso, eles se comportam (às vezes) como ondas, dispersando-se sobre uma região e capazes de se entrecruzar para formar padrões de interferência.

Esse comportamento estranho, no entanto, ainda parece bem distante de nossa vida cotidiana. Os efeitos quânticos são mais evidentes quando sistemas minúsculos estão envolvidos, como elétrons confinados em um átomo. Você deve saber que os fenômenos quânticos permeiam a maioria das modernas tecnologias e que várias esquisitices quânticas podem ser demonstradas em laboratório. Mas a única forma de acompanhá-las em casa é assistindo a algum programa sobre ciência na TV, certo? Não exatamente.

Nas páginas 78 e 79, vamos mostrar como montar uma experiência que ilustra algo conhecido como “borracha quântica”. Esse efeito envolve uma das características mais peculiares da mecânica quântica: a capacidade de realizar ações que mudam nossa interpretação daquilo que aconteceu em eventos passados.
Antes de explicar o que isso quer dizer e descrever a experiência em si, precisamos destacar

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