Bloco da Aurora; a trajetória de um bloco de trio no carnaval de salvador
Marcelo Remilson Bouças da Silva1
RESUMO: Com a novidade da invenção do Trio Elétrico pelos mestres Dodô e Osmar, o caminhão da alegria tem aceitação rápida pela massa carnavalesca na sua estreia. O trabalho de venda da marca Carnaval da Bahia, influi diretamente na profissionalização do Trio Elétrico e paralelamente, na reorganização do Carnaval Salvador. O surgimento de novas entidades carnavalescas se dá também, como resultado da inserção do trio elétrico e industrialização da manifestação popular que é o carnaval de salvador. Dentro do cenário carnavalesco do histórico centro urbano da cidade de Salvador, na década de 1970, em meio a efervescência étnica propiciada pela evolução sociocultural da cidade, o Carnaval da Bahia, como era conhecido o carnaval de salvador, faz surgir o Bloco da Aurora, em meio a grandes divisões sociais e geográficas, que separavam e ainda separam a folia momesca. O que para muitos, entre o final dos anos de 1950, até o final dos anos de 1980 era difícil perceber, ao observamos atentamente o carnaval de salvador, esta divisão geográfica e social, está nitidamente constituída dentro dos seguintes espaços; de um lado, na Rua Chile em direção ao Campo Grande, os tradicionais cordões e blocos de carnaval, já do outro lado, Praça da Sé, Barroquinha, Pelourinho e Ladeira da Praça e Praça da Sé, os cordões, batucadas, escolas de samba e blocos das camadas mais pobres da cidade. Levando em consideração esta breve introdução histórica, este trabalho se propões a analisar o Bloco da Aurora, enquanto entidade carnavalesca, agraciada como de utilidade pública por um decreto municipal na década de 1970, tendo como fio condutor, os marcos historiográficos do carnaval de salvador, sendo o ponto de partida, a sua fundação em 1973 ou 1974 (?), a sua importância no desenvolvimento econômico do centro histórico de salvador em parceria com o produtor cultural,