BLOCH, Mark. "Apologia da História"
Fichamento:
“‘Apologia da história ou o ofício de historiador” marc bloch
mellany pessanha valente
Matrícula: 2013.1.04293.11
Rio de Janeiro
2013
Fichamento:
BLOCH, Marc. Apologia da História ou O Ofício do Historiador. Tradução: André Telles. Rio de Janeiro; Jorge Zahar Ed., 2001.
Introdução (p. 41-50)
“Eis portanto o historiador chamado a prestar contas. Só se arriscará a isso com certo estremecimento interior: que artesão envelhecido no ofício não se perguntou algum dia, com um aperto no coração, se fez de sua vida um uso sensato? Mas o debate supera, em muito, os [pequenos] escrúpulos de uma moral corporativa. Nossa civilização ocidental inteira está interessada nele. Pois, diferentemente de outros tipos de cultura, ela sempre esperou muito de sua memória.
Tudo a levava a isso: tanto a herança cristã como a herança antiga. Os gregos e os latinos, nossos primeiros mestres, eram povos historiógrafos. O cristianismo é uma religião de historiador. Outros sistemas religiosos fundaram suas crenças e seus ritos sobre uma mitologia praticamente exterior ao tempo humano; como Livros sagrados, os cristãos têm livros de história, e suas liturgias comemoram, com episódios da vida terrestre de um Deus, os faustos da Igreja e dos santos. [...] Nossa arte, nossos monumentos literários estão carregados dos ecos do passado, nossos homens de ação trazem incessantemente na boca suas lições, reais ou supostas.”(p. 41-42)
“Cournot observou isso há muito tempo: eternamente inclinados a reconstruir o mundo sobre as linhas da razão, os franceses, em sua massa, vivem suas lembranças coletivas bem menos intensamente do que os alemães, por exemplo.
Sem dúvida também, as civilizações podem mudar. Não é inconcebível, em si, que a nossa não se desvie da história um dia. Os historiadores agirão sensatamente refletindo sobre isso. A história mal-entendida, caso