Bioética e Ciência - Platão e Aristóteles
O intelecto é apresentado como parte da alma; por conseguinte, e uma vez que a alma é a forma do corpo, o intelecto assim concebido deverá morrer com o corpo. Noutros pontos, Aristóteles argumenta que, sendo o intelecto capaz de apreender verdades necessárias e eternas, deverá ser em si mesmo, por afinidade, qualquer coisa de independente e indestrutível; e a dada altura sugere que a capacidade para pensar é algo de divino e exterior ao corpo. Finalmente, numa passagem desconcertante, objecto de intermináveis discussões ao longo dos séculos que se seguiriam, Aristóteles parece dividir o intelecto em duas faculdades, uma perecível e a outra imperecível.
A moção voluntária segue ao conhecimento do intelecto, ao passo que a moção sensitiva segue unicamente a atração sobre ela exercida por um bem (objeto) presente que a atrai. A vontade seria portanto posta em movimento pela ratio boni (razão do bem) contida naquilo em cuja direção tende. Aqui entra em jogo a liberdade. Pois o homem podendo se abrir não apenas aos bens particulares, mas também ao Bem universal, pode escolher isto ou aquilo, sem se sentir necessariamente obrigado à escolha, pois tais bens não se identificam com o bem universal. É lógico que, na visão harmoniosa e hierárquica do ser, assim como Aristóteles a concebe, a tendência sensível estaria subordinada à vontade.
O eros sem ágape é um amor romântico, mas comumente passional, até violento. Um amor de conquista, que reduz fatalmente o outro a objeto do próprio prazer e ignora toda dimensão de sacrifício, de fidelidade e de doação de si. Não é preciso insistir na descrição desse amor, porque se trata de uma realidade que temos todo dia diante dos nossos olhos, propagandeada com estrondo pelos romances, filmes, novelas, internet, revistas. É o que a