Biotecnologia Florestal
Luciana Di Ciero
As espécies florestais são de grande importância para a sobrevivência do homem porque oferecem uma série de produtos úteis, como madeira para construção, movelaria e energia, biomassa para a produção de polpa de celulose e de papel, além de subprodutos para as indústrias farmacêuticas, de cosméticos, alimentícias, entre outras. No Brasil, ainda se explora bastante as espécies nativas de florestas naturais, principalmente para a retirada de madeira nobre. Entretanto, esse modelo de exploração vem sendo constantemente criticado.
A indústria de celulose, papel e chapas de fibra fazem as plantações florestais compostas, sobretudo por espécies exóticas, normalmente híbridos e clones de eucalipto (Eucalyptos spp.) e pinheiro (Pinus spp.). Tais plantações substituem as espécies nativas também no uso da madeira para movelaria e construção civil. Essas espécies vêm sendo, ao longo do tempo, selecionadas pelos programas de melhoramento florestal para a obtenção de árvores mais produtivas, com características adaptadas às diversas regiões do País, e com resistência a pragas, doenças, seca e inundação. Porém, os programas de melhoramento genético de espécies florestais são dificultados pelo ciclo de vida longo das espécies, pelo porte das árvores e pela complexidade de análise dos descendentes após os cruzamentos e retrocruzamentos, e consequentemente, pelos altos custos dessa atividade.
A transformação genética de espécies florestais é uma ferramenta que pode auxiliar na resolução dos problemas que dificultam os programas de melhoramento. Atualmente, existem mais de 260 testes em campo com árvores geneticamente modificadas (GMs) em 17 países, incluindo árvores frutíferas. A maioria dos testes está sendo realizada com o álamo (Populus ssp.), o pinheiro, a nogueira (Junglans spp.) e o eucalipto (Eucalyptos ssp.). No Brasil, a biotecnologia florestal está começando