Biopirataria X Biodiversidade
Biopirataria é a exploração, manipulação, exportação e/ou comercialização internacional de recursos biológicos que contrariam as normas da Convenção sobre Diversidade Biológica, de 1992.
A presenta um processo descontrolado que retira da natureza e a impede de suprir ou renovar o que dela foi tirado. Estima-se que milhões de animais e plantas são contrabandeados do Brasil. A forma como as riquezas biológicas são expostas geram cada vez mais prejuízos à biodiversidade, pois muitos se passam por turistas ou cientistas bem intencionados e conseguem acesso aos índios, mateiros e matutos, que conhecem bem a finalidade de cada planta e de cada animal e suas peçonhas, passam todo seu conhecimento, perdendo assim o controle sobre esses recursos e entregando suas riquezas à esse crime.
Aqui no Brasil, a biopirataria se concentra, principalmente, na Amazônia e também na Caatinga, Pantanal e Mata Atlântica. Essas áreas, além de outras ricas em fauna e flora, dão ao país o título de maior biodiversidade mundial, o que chama a atenção dos biopiratas e de indústrias estrangeiras camufladas por traz desse tráfico.
Não é apenas o contrabando de diversas formas de vida da flora e fauna, mas principalmente, a apropriação e monopolização dos conhecimentos das populações tradicionais no que se refere ao uso dos recursos naturais. Ainda existe o fato de que estas populações estão perdendo o controle sobre esses recursos. A biopirataria faz diminuir o número de espécies da fauna e da flora, um mal floresta que abate e enfraquece cada vez mais o nosso país e que termina ignorando sua soberania territorial, incluindo-se a perda de um imprescindível patrimônio genético e biosférico, ainda longe de ser mensurável do ponto de vista econômico, mas que já é explorado pela ganância internacional. Assim, a biodiversidade passa de um bem comum local para uma propriedade privada cercada e fechada.