biomaterias em cirurgias
Clínica Universitária de Ortopedia dos HUC
Ano de 2009
BIOMATERIAIS EM CIRURGIA
ORTOPÉDICA RECONSTRUTIVA
Fernando Judas*, Helena Figueiredo**, Rui Dias.***
Chefe de Serviço de Ortopedia dos HUC; Professor Auxiliar da FMUC*
Professora Associada da FMUC**
Assistente Hospitalar Graduado de Ortopedia dos HUC**
1. Introdução
As doenças osteoarticulares são causa de um sério problema clínico e de saúde pública com um impacto sócio-económico notório, a tal ponto que a Organização
Mundial de Saúde declarou a década de 2000 a 2010 como “Década do Osso e da
Articulação”. Por sua vez, a reconstrução ad integrum das lesões do aparelho locomotor e o restabelecimento da função assumem uma importância nuclear numa sociedade em plena era da globalização e, por isso, mais exigente, desejosa de aproveitar ao máximo as potencialidades sócio-laborais de uma população com uma esperança de vida cada vez maior.
Com a intenção de poder alcançar este objectivo, o ortopedista dispõe actualmente de um vasto leque de técnicas cirúrgicas que incluem, entre outras, o uso de aloenxertos do aparelho locomotor, substitutos sintéticos do osso, implantes metálicos e o transporte ósseo segmentar progressivo, esperando que, num futuro próximo, a Medicina Regenerativa venha a tornar-se uma prática corrente. Com efeito, O emprego de biomateriais tornou-se um procedimento de rotina em cirurgia reconstrutiva do aparelho locomotor, no tratamento de situações congénitas, traumáticas e tumorais e em implantações artroplásticas. Um biomaterial foi descrito na Conferência sobre Definição de Biomateriais, realizada
em 1986 em Chester, como sendo "um material não vivo, utilizado como dispositivo médico, projectado para interactuar com sistemas biológicos".
Posteriormente esta definição foi considerada insuficiente, dado que se restringia a materiais não vivos, mas no concenso de Chester em 1991, o termo
“biomaterial” foi