Biologia
A razão pela elaboração do massacre verbal é uma só: “Salve Geral” é mais um produto audiovisual a exportar a violência presente no cotidiano brasileiro. Mas não é bem por aí. A verdade é que o espectador ainda esta convicto de que a nossa indústria de cinema prossegue com relatos ficcionais sobre a sórdida situação que sempre tomou a nossa sociedade. O retrato que “Salve Geral” tece sobre os incidentes comandados pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) pode até não se desviar dessa impressão em um primeiro momento. Mas Rezende, com sua ampla experiência como cineasta, conduz o seu projeto para outros caminhos com a tensão que somente ele sabe produzir.
O drama acompanha Lucia (interpretada por Andréa Beltrão), viúva que se muda com o seu filho Rafael (Lee Thalor) para um bairro modesto de São Paulo por causa da grana curta. Se as aulas de piano que realiza já não são um problema pela falta de alunos as coisas em sua vida se agravam quando o seu filho é preso por cometer um assassinato após uma confusão que se envolveu em um racha. “Minha vida foi destruída em quinze segundos”, diz Rafa na prisão em uma das visitas que Lucia faz.
Como boa mãe, claro, resta a Lucia fazer tudo ao seu alcance para garantir a liberdade de seu filho ou ao menos reduzir a sua pena. Mas as decisões que comete são arriscadas. Mesmo formada em Direito ela nunca exerceu a carreira, tendo que contar com os auxílios da advogada de porta de cadeia Ruiva (Denise Weinberg, em forte desempenho). No entanto, Ruiva está ligada ao PCC, fornecendo as mais diversas informações a alguns líderes e integrantes do partido reclusos na mesma penitenciária que Rafa. Não tenho outra escolha para libertar o seu filho, Lucia se envolve nestas conspirações de presidiários contra as autoridades e com um amor bandido, o Professor (Bruno Perillo).
O que “Salve Geral” realiza é a fusão dessa premissa fictícia com “O Dia em que São Paulo Parou”. Neste caso, se trata do Dia das Mães do ano de