Biologia: o fumo
De acordo com uma lenda, houve uma vez uma grande fome, quando todas as terras se tornaram estéreis. Então o Grande Espírito enviou uma jovem nua para restaurar o solo e salvar o seu povo. Se ela tocava a terra com a mão direita, nasciam batatas; onde tocava com a mão esquerda, o milho brotava para alimentar os estômagos famintos. Por fim, a mensageira nua do Grande Espírito se sentou; e, no lugar em que descansou, nasceu o tabaco. Há duas interpretações para essa lenda: uma diz que o tabaco foi uma dádiva, como o milho e as batatas, destinada a fornecer alimento para a mente do homem; a outra sustenta que, como o tabaco proveio do escremento da mensageira, sua aparição estaria destinada a alertar para o fato de que as benesses da comida não viriam desacompanhadas de seu preço. Fumo do latim “fumus”, denomina-se também “tabaco” pois os nativos aspiravam a fumaça dessas folhas, queimando-as em recipientes denominados por eles “tabaco”. Originário da América, o fumo era utilizado pelos índios durante seus ritos religiosos e magias, antes da chegada dos europeus. Usavam-no nas práticas de feitiçaria e bruxaria para afastar os maus espíritos. Inicialmente não foi bem aceito na Europa. Os primeiros marinheiros chegaram fumando, no velho continente, e levaram surras, por levarem até lá o “feio e nojento” costume dos índios da América. No começo do século XVII, os pequenos núcleos de cultivo de tabaco haviam se transformado em grandes plantações distribuídas pelo mundo todo. E, onde elas cresciam, os habitantes também experimentavam fumá-lo, expandindo o consumo ainda mais. O hábito de fumar se propagou como uma moléstia contagiosa, passando de indivíduos a populações inteiras.
O que há na fumaça do tabaco?
Qual será a natureza dessa substância que já causou tanta controvérsia e que tanto preocupa os governos, as organizações religiosas e a própria ciência? O tabaco é uma planta da família das solanáceas. O