Biografia de Manuel Antônio de Almeida
Na opinião de Paulo Rónai, Memórias de um sargento de milícias não é um “fenômeno de realismo antecipado, mas de realismo arcaico: uma narrativa inspirada nos romances de cunho picaresco dos séculos 17 e 18”. Sem a amplificação retórica e a fraseologia idealista de José de Alencar, o autor transforma seu romance numa dessas raras manifestações extemporâneas de brilhantismo literário. É uma obra divertida, livre dos exotismos românticos, na qual os protagonistas se envolvem em sucessivas peripécias. Circundando o amor de Leonardo e Luisinha, surgem festas, brigas, procissões, etc., sempre num clima de humorismo e quase amoralidade que se adéqua ao estilo coloquial, direto. Quando ocupou o cargo de administrador da Tipografia Nacional, em 1857, Manuel Antônio de Almeida conheceu, nessa repartição pública, o jovem Machado de Assis, à época um desatento tipógrafo que andava lendo pelos cantos. O autor de Memórias de um sargento de milícias o protegeu e ajudou. Antes de trabalhar na Tipografia Nacional, Manuel Antônio de Almeida foi indicado como diretor da Imperial Academia de Música e Ópera Nacional, para a qual compôs, inspirado em Byron, o libreto Dois amores, para ópera em três