biodiesil
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INTRODUÇÃOO consumo brasileiro anual de óleo diesel é de 36 bilhões de litros, dos quais 6,4 bilhões é resultado do refino de petróleo importado; importa-se 3,4 bilhões de litros de diesel para satisfazer a demanda nacional. O país fica sempre dependente dos humores do mercado internacional, o que gera um quadro de vulnerabilidade. Misturar o óleo vegetal transesterificado ao diesel pode representar uma saída para esse problema. Trata-se de uma solução tecnicamente viável, mas econômica e socioambientalmente ainda incerta.
A discussão sobre a introdução do biodiesel, na matriz energética brasileira, tem como pano de fundo argumento que abarcam as dimensões da inclusão social, da organização dos agricultores, de manifestações implícitas de interesses corporativistas setoriais e questões ambientais. Cabe destacar que se trata de um combustível que pode compor, com o óleo diesel, a oferta de energia para os transportes rodoviários pesados e o urbano, responsáveis pelo deslocamento da produção nacional e dos setores de baixa renda da sociedade.
A oferta de biodiesel deve ser pensada em substituição parcial do óleo diesel. Aqui devem ser considerados os interesses de outro influente setor da economia, o agronegócio, sobre a formação do custo final do combustível; a regularidade da oferta, as implicações sobre as variáveis ambientais, sociais e econômicas, as possibilidades de regionalização da oferta de combustível; e, uma possível e desejável independência estratégica.
O Brasil lançou, em 1975, o Programa Nacional do Álcool (Proalcool), como resposta à crise estrutural do fornecimento de petróleo do início da década. Apesar de seu sucesso comercial e técnico, o Proalcool não reduziu a dependência brasileira de petróleo importado – ele pretendia apenas a substituição de gasolina. Tecnicamente era possível, mas ainda era inviável economicamente substituir o diesel por álcool. O uso de óleo vegetal era relativamente consensual, embora não houvesse tecnologia