Bilogia
OBESIDADE
VISCERAL, RESISTÊNCIA À INSULINA E HIPERTENSÃO ARTERIAL
Henrique de Lacerda Suplicy
A associação de hipertensão arterial e obesidade está bem documentada. Também está bem demonstrada a associação da obesidade visceral com a hipertensão, que com a dislipidemia e a insulino-resistência, constituem a síndrome plurimetabólica. A obesidade visceral é causada por vários fatores, entre os quais destacam-se: idade, genética, lipoproteinolipase e hormônios (cortisol e esteróides sexuais). O tecido adiposo intra-abdominal apresenta intensa atividade lipolítica, conseqüentemente, grandes quantidades de ácidos graxos livres chegam ao fígado, ocasionando três fenômenos: aumento da neoglicogênese, aumento da secreção de VLDL e insulino-resistência. Apesar da associação entre obesidade e hipertensão estar bem estabelecida, sua patogênese ainda é obscura. Vários mecanismos têm sido propostos: hipervolemia, aumento na ingesta de sal, estimulação do sistema renina-angiotensina-aldosterona, merecendo um destaque especial a insulinoresistência/ hiperinsulinemia. Indiscutivelmente, a pressão arterial diminui com o emagrecimento. Modestas reduções de peso (3 a 5 kg) diminuem significativamente a pressão, possibilitando uma redução da medicação anti-hipertensiva. A redução de peso é a maneira não farmacológica mais efetiva para controlar a hipertensão.
Palavras-chaves: obesidade visceral, hiperinsulinemia, hipertensão arterial. Rev Bras Hipertens 2000;2:136-41
Professor de Endocrinologia e Metabologia da Universidade Federal do Paraná Rua Carlos de Carvalho, 2181 – Curitiba, Paraná – CEP 80730-201
Recebido para aprovação: 3/12/1999. Aceito para publicação: 4/3/2000.
HIPERTENSÃO ARTERIAL E OBESIDADE A associação entre hipertensão arterial e obesidade é reconhecida há muitos anos(1) e está muito bem documentada. Resultados de inúmeros estudos epidemiológicos indicam que a obesidade é um importante e independente fator de risco para a hipertensão. Estudos