Benzedeiras de Manaus
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA SOCIAL
Benzedeiras de Manaus: Um Estudo Antropológico sobre Práticas Terapêuticas e a Comunhão de Crenças para a Cura através da Benzeção
Linha de Pesquisa 5: Cidade, Patrimônio e Práticas culturais urbanas
Autora: Bruna Ribeiro de Medeiros Martins
Manaus
2013
INTRODUÇÃO/JUSTIFICATIVA
Com base no censo de 2000, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Fundação Getúlio Vargas (FGV) realizou uma pesquisa intitulada “Retratos das Religiões no Brasil”, compondo um quadro cartográfico que demonstra os contornos da riqueza e da diversidade da fé em todo o território nacional. Posteriormente, no ano de 2011 foi lançado o Novo Mapa das Religiões no Brasil, em continuação ao primeiro estudo, acerca da rica diversidade religiosa da população brasileira.
Segundo essa pesquisa, no Estado do Amazonas 67,68% da população se declarara católica. Apesar da colonização portuguesa na região, que se traduz em uma colonização marcada pelo catolicismo, em Manaus, pequenos rituais terapêuticos baseados no espiritualismo encontraram terreno fértil para se estruturar, se desenvolver e se expandir, acabando por dar origem a um sincretismo religioso com fortes influências em costumes, tradições e lendas indígenas. Dentre esses costumes, está o da prática de benzer para curar ou para desejar boa sorte a alguém, podendo ser realizada tradicionalmente por diversos agentes: pais, avós, padrinhos, padres, parteiras, benzedeiras, sendo esta, uma prática social recorrente e bastante difundida, sobretudo no interior.
De acordo como a literatura acerca do tema, o fenômeno relacionado ao exercício profissional da benzedeira/curandeira tem suas raízes na Idade Média, manifestado inicialmente através do poder político que a igreja católica possuía sobre a medicina e os ‘desígnios divinos’ curando