Beltrame Camila Boldrin Relato etnogra fico sobre a escola dos Xikrin do Bacaja

6877 palavras 28 páginas
Revista de Antropologia da UFSCar, v.5, n.2, jul.-dez., p.111-124, 2013 R@U

Relato etnográfico sobre a escola dos
Xikrin do Bacajá1

Camila Boldrin Beltrame
Doutoranda em Antropologia Social
Universidade Federal de São Carlos/UFSCar

Resumo
Este texto discute a escola dos Xikrin do Bacajá a partir de uma pesquisa de campo realizada na aldeia
Mrotidjãm. Procuro destacar algumas situações que se mostraram relevantes durante o período em que acompanhei as crianças Xikrin nas aulas e em outros momentos no cotidiano da aldeia, junto com as falas dos homens que diziam o que consideravam uma boa escola. As questões que norteiam o texto buscam contribuir para o entendimento dos significados que os Xikrin concedem à escola e as reflexões que elaboram sobre esse espaço que é reconhecido pelos adultos como sendo dos brancos.
Palavras-chave: educação escolar indígena, Etnologia indígena, Xikrin do Bacajá, Mebengokré.

Abstract
An ethnographic account of the Bacajá Xikrin school
This paper examines the school of the Xikrin of Bacaja from a fieldwork conducted in the Mrotidjãm village. It intends to highlight some situations that have revealed themselves relevant in the course of the study of Xikrin child combined with the speech of the adult men about what they consider a good school. The observations of children were made on classes and other moments of the daily life in the village. The subject that lead this paper intend to contribute to the understanding of the meanings given by the Xikrin to school and their reflections about this space recognize by the adult as a white man space.
Keywords: indigenous school education, indigenous ethnology, Bacajá Xikrin, Mebengokré.

1. Nota dos Editores: este artigo foi originalmente apresentado no II Seminário de Antropologia da UFSCar, realizado entre os dias 11 e 14 de novembro de 2013, no Grupo de Trabalho Estudos Ameríndios.

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R@U Revista de Antropologia da UFSCar, v.5, n.2, jul.-dez., p.111-124, 2013

Introdução
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