Belo monte
“ Na avaliação do economista Dion Monteiro, "o que está por trás da questão da Usina de Belo Monte é a concepção de vida de modelos de desenvolvimento e relações econômicas, sociais, políticas, culturais e ambientais que existem onde o econômico se destaca". Em entrevista concedida, por telefone, à IHU On-Line, Monteiro analisa a situação da região após o leilão da Usina, realizado no dia 20 de abril. Sobre a polêmica arrematação, Monteiro diz que a cassação da suspensão do leilão é muito "interessante" de ser avaliada, no sentido dos interesses políticos escondidos neste processo. "Sabemos que a decisão do presidente do TRF foi política, não levando em consideração os aspectos técnicos que tanto o MPF quanto o juiz federal de Altamira levantaram no decorrer do processo. Isso aponta, infelizmente, subordinação e conivência entre o executivo, no caso do governo federal, e o servidor público do judiciário, que cassou as liminares", afirma.
A respeito dos próximos capítulos da história de Belo Monte, Monteiro destaca que o processo de denúncias e as manifestações irão continuar. "Vamos continuar com nossas ações políticas. Acreditamos que o governo incorre um erro gravíssimo sobre modelos de desenvolvimento. O governo ainda insiste em um modelo atrasado, considerado no mundo todo como responsável pelos graves problemas ambientais e sociais, não consegue ver além do componente econômico, e, desta forma, só acentua os desastres climáticos, ambientais e o ataque ao planeta", lamenta.
Dion Márcio C. Monteiro é economista e membro do comitê metropolitano do Movimento Xingu Vivo para Sempre.”
Além disso, o economista ainda afirma que as indústrias trabalham na produção de bens duráveis, e outras, na produção de bens de consumo. Na região norte são as empresas eletrointensivas, aquelas que precisam de muita energia para mover sua atividade produtiva, em especial as mineradoras que