Batalha
É um episódio bélico, cujo tema é uma das batalhas mais emblemáticas da nossa história e da nossa importância como Nação.
Trata-se de um episódio bélico que relata a Batalha travada no baixo Alentejo entre o exército lusitano e os dos mouros que ocupavam a região.
A desproporção das forças em conflito, aparição de Cristo a D. Afonso Henriques, a fé inabalável do rei e a sua capacidade de chefiar e inflamar os ânimos dos combatentes são os aspectos que contribuem para a mistificação deste herói. Não está em causa a força anímica e a capacidade de chefia de D. Afonso Henriques, mas o cumprimento de uma missão que o transcende e que foi confiada por deus ao povo de que era rei: a dilatação da fé cristã. A determinação com que cumpriu esse objectivo deu ao primeiro rei de Portugal o estatuto de símbolo da luta contra os infiéis.
Figuras de estilo
Quanto as figuras de estilo, escolhi referir apenas algumas que achei mais importantes:
A perífrase na estancia 44 (“a formosa e forte Dama,/ De quem tanto os Troianos se ajudaram,”), que o poeta usa para se referir à rainha das míticas amazonas; na estancia 45 (“A matutina luz serena e fria,/ As estrelas do Pólo já apartava” para se referir à madrugada.
O herói de Ourique
Apesar de ser uma batalha, ou seja, uma ação coletiva, o herói é D. Afonso Henriques. A desproporção dos guerreiros, a capacidade de liderança de D. Afonso, e sobretudo a aparição de Cristo e consequente aclamação do rei são os aspetos que contribuem para a mitificação deste herói individual que integra o herói coletivo de Os Lusíadas.
Valor simbólico do episódio «Mais do que a derrota dos mouros pelos cristãos, o que é significativo é o sinal dado pela aparição: Portugal nasce como uma nação assinalada, escolhida por Deus para a luta contra os infiéis e é a D. Afonso Henriques que é confiado o cumprimento da missão que o transcende. A aparição de Cristo e a consequente aclamação do reino e do rei conferem, assim, a este episódio, um profundo