barroco
Sandro Brincher
Sabatha Catoia Dias
Florianópolis, maio de 2005.
O presente texto, produzido a partir de leituras para uma disciplina do curso de graduação em Letras, apresenta quatro noções distintas e complementares sobre o Barroco que, acreditamos, podem ser úteis tanto aos recém-chegados ao mundo acadêmico quanto aos que ainda estão iniciando o contato com esse universo. São pequenos resumos do que julgamos mais importante destacar nessas obras. Desfrutem.
Azevedo Filho, Leodegário A. de. Literatura portuguesa: história e emergência do novo. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro/EDUFF, 1987.
As origens do barroco se encontram na própria desintegração do mundo renascentista. O homem renascentista, saía do centro da cena, ao mesmo tempo em que a Reforma desarticulava a unidade da igreja, provocando a forte reação da Contra-Reforma. Nos meados do séc. XVI a crise do Renascimento já estava instaurada em Portugal, e a literatura ia deixando de ser um instrumento de análise do homem em sua condição e natureza puramente terrenas, segundo a concepção humanística da época, para incorporar a dúvida transcendente. Se tudo no mundo material era precário, passageiro e ilusório, restava ao homem indagar das verdades eternas, isentas de máculas e de imperfeições. O Concílio de Trento, empenhado na repopularização das artes, para levar o catolicismo ao seio do povo, realizou-se plenamente no barroco. A estética jesuítica procurava no barroco as suas formas de expressão artística. Duas vozes mais altas do estilo barroco na língua portuguesa: Padre Vieira e Gregório de Matos. Padre Vieira: Tinha um estilo múltiplo, tornando-se geométrico pela construção de linhas melódicas que se superpõem ou intercruzam, transmitindo a impressão visual de volutas ou arabescos, a exemplo do que se fazia na arquitetura da época. O analogismo é constante, estabelecendo paralelos freqüentes entre os temas sagrados e o tema que