Barragem de Rejeito
1.1 Introdução Rejeitos são partículas sólidas oriundas da concentração de minérios, as quais não possuem valor econômico ou mesmo tecnologia disponível para seu beneficiamento. Estes materiais podem exibir características mineralógicas, geotécnicas e físico-químicas variáveis, dependendo do processo de beneficiamento e do tipo de minério que os originam (Abrão, 1987). No Brasil, a maior parte dos rejeitos é descartada das Unidades de Concentração na forma de polpa, uma mistura de água e sólidos, e armazenados por uma barragem ou dique. Estes materiais apresentam basicamente três tipos de comportamento: líquido sobrenadante, com tendência à floculação das partículas de menor tamanho; rejeito em processo de sedimentação apresentando comportamento semilíquido a semiviscoso, e rejeito em processo de adensamento comportando-se como um material particulado. Uma barragem de rejeito é uma estrutura de terra construída para armazenar resíduos de mineração, os quais são definidos como a fração estéril produzida pelo beneficiamento de minérios, em um processo mecânico e/ou químico que divide o mineral bruto em concentrado e rejeito. As barragens de rejeitos são construídas, em alguns casos, com a utilização do próprio rejeito, com um dique de partida normalmente construído em solo compactado. As características dos rejeitos variam de acordo com o tipo de mineral e de seu tratamento em planta (beneficiamento). Podem ser finos, compostos de siltes e argilas, depositados sob forma de lama, ou formados por materiais não plásticos, (areias) que apresentam granulometria mais grossa e são denominados rejeitos granulares (Espósito, 2000). Os rejeitos granulares são altamente permeáveis e contam com uma boa resistência ao cisalhamento, enquanto os rejeitos de granulometria fina, abaixo de 0.074mm (lamas), apresentam alta plasticidade, alta compressibilidade e são de difícil sedimentação. De acordo com Chammas (1989) o rejeito em forma de polpa