Bancos
Autores: Alexandre Majola Gava, Bento Gonçalves – RS (ale.gava@terra.com.br) 54 3451 7920. Jairo Laser Procianoy. Av. Carlos Gomes 1111, apto. 1201. Porto Alegre (procian@attglobal.net).
RESUMO
O presente trabalho traz evidências empíricas, a partir de um estudo de evento segundo o modelo de mercado, de que não há reflexo no preço das acções das empresas no mercado de capitais quando da efectivação de alterações na alavancagem financeira das firmas. Dado o baixíssimo nível de emissões de dívida pública no Brasil, a realização destes financiamentos é mensurada pela variação de contas contábeis, em sua efectivação, sendo o evento considerado a entrega das demonstrações financeiras por parte das empresas à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Foram usados modelos de regressão múltipla para explicação dos retornos anormais cumulativos (CAR) encontrados no estudo de evento, sendo as variáveis independentes a realização de financiamentos, investimentos e os controles sugeridos pela teoria financeira, destacando-se entre eles o lucro operacional, a presença de fluxo de caixa livre e as oportunidades de crescimento.
As conclusões sugerem que alterações na alavancagem financeira não parecem criar valor para as empresas, mas sim as efectivações de investimento, e que, portanto, na inter-relação entre decisões de investimento e financiamento, há um maior peso informacional para o investimento na percepção dos investidores no mercado de capitais.
Palavras-chave: estrutura de capital; decisões de investimento e financiamento; estudo de evento.
INTRODUÇÃO
Partindo-se do ponto de vista teórico, há três explicações principais para a expectativa de retornos anormais positivos para empresas que elevarem sua alavancagem financeira. Em primeiro lugar, a partir da famosa Proposição I de Modigliani e Miller (1958), o valor de mercado de uma empresa é independente da sua estrutura de capital (num mundo hipotético, livre de