Baltimore
O outro caso de sucesso mundialmente conhecido é o de Baltimore onde, no final da década de 50, um grupo de empresários locais se uniu para enfrentar a decadência da área central, contratando um plano diretor ao urbanista David Wallace, eventualmente encampado pela Prefeitura. O plano recomendava, numa primeira fase, a renovação de alguns quarteirões da área central de negócios como gancho para o processo de recuperação de todo o centro. Passando a ser administrada por uma agência própria, a Charles Center Management Inc., a exemplo de Boston, a área recebeu o primeiro projeto de renovação urbana nos EUA que conservou edifícios históricos não tombados (cinco) e buscou a mescla de usos de escritórios, lojas, um teatro, um hotel e apartamentos para classe média-baixa (figura 15). O interior dos quarteirões foram liberados para novas praças ladeadas de lojas e bares, com garagens públicas no sub-solo, e iniciou-se um pioneiro sistema de passarelas para pedestres interligando os prédios na direção do Inner Harbor, área do porto destacada para a segunda fase de intervenção.
O Projeto Charles Center começou a gerar bons resultados já em 1961 quando, numa inteligente estratégia de marketing, a Prefeitura promoveu uma concorrência pública de propostas imobiliárias (projeto, construção, viabilidade econômica e financeira) para a construção do primeiro edifício comercial no novo Charles Center. O projeto da firma vencedora foi de Mies Van der Rohe, cujo grande prestígio internacional acabou chamando a atenção da mídia para o que estava ocorrendo em Baltimore. O interessante é que a firma selecionada em segundo lugar acreditava tanto na revitalização da área que construiu seu projeto em terreno exatamente em frente ao do concurso, e seu prédio ficou pronto antes do vencedor! Isto gerou importante efeito-demonstração atraindo outros investidores, embora, como bom planejamento de longo prazo, Charles Center só foi plenamente completado em meados dos anos