Balma
**Emancipação
Ao fim das três décadas que se seguiram à Segunda Guerra Mundial, época de prosperidade, de uma sociedade rica e poderosa, apresentou-se como problema o dever de emancipação, não a libertação em si, mas a falta de desejo das pessoas para serem libertadas. Libertar-se significa sentir-se livre das limitações, ser livre para agir conforme os desejos. Uma ameaça que atormentava os filósofos era que as pessoas pudessem não querer ser livres, pelas dificuldades que o exercício da liberdade pode acarretar.
As bênçãos mistas da liberdade
A questão sobre a liberdade, se seria ela uma bênção ou uma maldição, assombrou pensadores durante a maior parte da era moderna, quando ficou claro que os que deveriam dela gozar relutavam em aceitá-la. Houve dois tipos de resposta à questão: a primeira lançando dúvidas sobre a prontidão do povo para a liberdade, e a segunda inclinando-se a aceitar que os homens podem estar certos quando questionam os benefícios que as liberdades podem trazer. Na perspectiva de Hobbes, depois desenvolvida por Durkheim, não há outro caminho para o indivíduo buscar a libertação senão submetendo-se à sociedade e seguindo suas normas. Padrões e rotinas fazem com que os homens saibam como agir na maior parte do tempo, e que raramente se encontrem em situações em que as decisões devem ser tomadas com a própria responsabilidade e sem o conhecimento das conseqüências.
As casualidades e a sorte cambiante da crítica
Para Cornelius Castoriadis o que está errado em nossa sociedade é que ela deixou de se questionar, não reconhece mais qualquer alternativa para si mesma. Mas isso não significa que tenha suprimido o pensamento crítico como tal, pelo contrário, fez da crítica da realidade e do que está posto uma parte inevitável e obrigatória da vida dos indivíduos. Mas a sociedade da modernidade fluida é inóspita à crítica, acomoda o pensamento e a ação críticos de modo que permaneça