Bacharel
Na cavidade torácica repousam, anatomicamente, o coração, os grandes vasos e os pulmões, e são, portanto, diretamente afetados pelas mudanças pressóricas causadas pela ventilação mecânica. Além das mudanças de pressão, o sistema cardiovascular pode também ser afetado pelas alterações do volume pulmonar, dos reflexos neurais e pela liberação de substâncias neuro-humorais do tecido pulmonar (Frazier, 2008; Perel & Pizov, 1994). Durante a fase inspiratória do ventilador, a pressão intratorácica produzida diminui o retorno venoso. Um aumento de pressão de 4mmHg produz uma redução em 50% do retorno venoso por um certo período de tempo. A respiração interfere no sistema cardiovascular através do retorno venoso e da função cardíaca. Na inspiração, a pressão no átrio direito diminui por influência da pressão intratorácica, e a pressão intrabdominal aumenta influenciada pela descida do diafragma (Perel & Pizov, 1994).
O retorno venoso está relacionado com gradiente pressórico gerado pelas veias cava inferior e superior e a pressão no átrio direito. Quando ocorre aumento desse gradiente na inspiração espontânea o retorno venoso também aumenta. De maneira oposta, na ventilação ocorre aumento da pressão no átrio direito e redução do retorno venoso. Se a diminuição do retorno venoso persistir, o volume diastólico final do ventrículo esquerdo diminui e reduz o débito cardíaco. Pacientes com parada cardíaca exibem uma resistência vascular sistemática perpetuamente elevada em parte por causa da ativação simpática crônica do sistema nervoso. A aplicação da ventilação mecânica reduz o retorno venoso e modera a carga de volume ventricular. Esta carga reduzida do volume diminuirá a tensão ventricular da parede e suportará a eficiência mecânica do coração (Santos & Couto, 2012). As variações do Volume Corrente geram modificações na Frequência Cardíaca, devido a ativação do Sistema Nervoso Autônomo. Volumes maiores que 15ml/kg