bacharel
PEIRANO, Mariza. “Os antropólogos e suas linhagens”; “A favor da etnografia”. In: ___. A favor da etnografia. R.J.: Relume- Dumará, 1995.
A obra de Peirano se desenvolve em quatro capítulos que são concebidos como diálogos em forma de confronto com interlocutores da área das ciências sociais. Os capítulos estudados para este seminário são os dois primeiros.
A proposta da obra é mostrar que a antropologia seria, dentre as ciências sociais, a disciplina que mais se aproxima da proposta weberiana de eterna juventude.
No primeiro capítulo, Os antropólogos e suas linhagens, o interlocutor é o cientista político Fábio Wanderley Reis. A autora afirma que para o cientista político é a influencia da antropologia que tem diminuído o rigor teórico das ciências sociais.
Fabio W. Reis aponta uma não sofisticação teórica dos trabalhos antropológicos e denuncia uma observação desarmada e acrítica do etnólogo, resultando em um estado de “indigência analítica” para as ciências sociais no Brasil. Revelando uma possível vulgarização.
Em contrapartida ao pessimismo de Reis, a autora apresenta um otimismo recorrente na ANPOCS, aonde a antropologia vai bem e tudo está certo com a disciplina.
O objetivo de Peirano, neste capítulo é explicar essas duas questões: o risco da vulgarização, e o otimismo dos antropólogos. A autora atinge tal objetivo através das análises do que é ou não antropologia, seus objetivos e demonstrando a importância do constante diálogo-confronto entre teoria e experiência no campo e seus desdobramentos.
Para a autora é no estranhamento que se dá o confronto de teorias e também a autorreflexão do pesquisador, dessa forma o feedback entre pesquisa e teoria torna-se um procedimento básico nas ciências sociais. E afirma que a pesquisa de campo não é a meta final do antropólogo, mas a monografia é seu bem mais precioso. Pois, as mesmas, trazem consequências para conceitos já estabelecidos, conseguindo substituir e superar alguns, por