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A história do bairro da Penha se confunde com o mito sobre a origem de seu nome. Passagem obrigatória entre as aldeias de Guarulhos, São Miguel e Tatuapé, a região fazia parte da rota utilizada pelos bandeirantes a caminho do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, desde meados do século XVII (Pires, 2014).
Conta-se que um viajante francês certa noite descansou numa colina onde hoje se localiza o bairro, tendo na sua bagagem uma imagem de Nossa Senhora da Penha. Ao continuar o trajeto, no dia seguinte, sentiu falta da santa e voltou para procurá-la, encontrando-a onde pernoitara. Recolheu a imagem e prosseguiu viagem, mas, em pouco tempo, notou novamente sua falta. Encontrando-a na colina concluiu que a santa tinha escolhido o local como pousada e ali construiu uma capela.
De fato, o bairro se desenvolveu em torno desta santa. Sua fundação é incerta, mas a data mais citada é 5 de setembro de 1668, quando foi concedida uma sesmaria ao padre Mateus Nunes da Siqueira. No entanto, o próprio documento esclarece que o padre já possuía uma fazenda no local e que havia, por iniciativa de seu irmão, o também padre Jacinto Nunes da Siqueira, erguido uma capela para Nossa Senhora da Penha. Não se sabe ao certo quando a devoção se inicia, mas o primeiro documento de fé data de 1667, referente a uma doação em testamento à igreja. Com o passar dos anos, as peregrinações ao local cresceram tanto entre os paulistanos que as comemorações em homenagem a santa, até meados do século XIX, se tornaram um dos grandes eventos religiosos da cidade. No dia 8 de setembro, cortejos chegavam do centro da cidade pelo Caminho da Penha (atual Avenida Celso Garcia).
Em 22 de março de 1796, a Penha foi elevada a categoria de freguesia, integrando regiões que atualmente formam os bairros de Guaianazes, São Miguel, Ermelino Matarazzo e Vila Matilde. É deste período que data a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, construída e destinada aos escravos. Por possuir