bacharel
A crise no mercado açucareiro, com a produção holandesa nas ilhas da América central, obrigou Portugal a buscar novas fontes de renda. Esse contexto coincidiu com a descoberta de ouro em Minas Gerais e em Mato Grosso pelos Bandeirantes.
A extração colonial aurífera deve ser vista não apenas sob o ponto de vista da geração de riqueza para os cofres portugueses. O ouro, de imediato, passou a ser usado como moeda, e começou a ser base de inúmeras relações econômicas.
“Mais do que um recurso natural. Mais do que um artigo de exportação. O que se descobriu em Minas, depois de dois séculos de colonização, foi uma fortuna em estado puro. Ao contrário do que ocorria com a cana-de-açúcar no Nordeste, o metal extraído dos leitos dos rios mineiros não dependia da demanda internacional e suas oscilações de cotação; já vinha em forma de dinheiro, pronto para ser posto em circulação ali mesmo. O ouro em pó transformou-se imediatamente na principal moeda das Minas Gerais naquele final do século XVII. E era tão abundante que, embora quase sempre tivesse Portugal como destino, causou enorme impacto econômico e social também deste lado do Atlântico.”
Um dos maiores impactos do desenvolvimento da economia aurífera no século XVII sobre a vida colonial foi o aumento do comércio interno e das atividades voltadas para o abastecimento da região centro-sul. Além disso, a mineração contribuiu para interligar as várias regiões do Brasil, com a interiorização da colonização e foi fator de diferenciação da sociedade.
A sociedade mineradora não era constituída, apenas, por senhores e escravos. O grande fluxo de pessoas na direção das minas produzia um variado quadro social, formado também de comerciantes, padres, advogados, artesãos, burocratas e militares.
A descoberta de ouro e pedras preciosas acelerou o processo de urbanização no interior do país. Em Minas Gerais surgiram cidades com nomes que aludiam às