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Para Amir Khair, à frente da pasta de Finanças na primeira gestão do PT na capital paulista, faltou ‘visão política’ para prefeito de São Paulo ao propor reajuste do imposto
O secretário de Finanças da primeira gestão do PT em São Paulo, nas mãos de Luiza Erundina (1989/92), é duro ao criticar o aumento do IPTU proposto pelo prefeito Fernando Haddad. “Eu considero que há um erro estratégico e grave da parte da Prefeitura”, diz Amir Kahir ao iG . Engenheiro e mestre em finanças públicas pela Fundação Getúlio Vargas, Kahir diz que faltou sensibilidade política a Haddad, que pode ser transformado em vilão das candidaturas do partido no ano que vem. “O prefeito ainda não percebeu que ele estava em cima de uma situação esdrúxula e faltou visão política para ele no sentido de que ele estaria ampliando essa distorção, na visão cega de aumentar a arrecadação.”
Para o especialista, a Prefeitura não é clara ao explicar ao contribuinte sua proposta de aumento. Ela acerta tecnicamente em atualizar o valor venal dos imóveis, mas erra em não abaixar a alíquota do imposto, uma escolha política. “Se você corrigir só pela inflação o valor de cada propriedade, sempre tem um crescimento (de arrecadação) de 10% porque tem mais imóveis na cidade a cada ano”, explica. Ele também critica o alto número de imóveis isentos do IPTU na capital, um terço de todas as propriedades, o que sobrecarrega a classe média e a classe empresarial da cidade.
Leia a entrevista de Amir Khair ao iG:
iG: O reajuste do IPTU em São Paulo foi uma das formas encontradas pela Prefeitura de aumentar a receita para aumentar o orçamento de 2014. O senhor acha que esse mecanismo é correto?
Amir Khair: Não é correto por várias razões. Primeiro, a Prefeitura de São Paulo já cobra o maior IPTU das capitais, mais do que o dobro de Florianópolis, que é a segunda colocada. Já é uma situação fora do contexto normal das capitais.