Bacharel
Departamento de Filosofia
Disciplina: Tópicos Especiais de Filosofia da Linguagem
Aluno: Ramilo Ferreira dos Santos Filho – 09/0129971
MUNDO E LINGUAGEM “A experiência de mundo se dá na linguagem”. Não poderia iniciar de outra forma este trabalho senão por meio desta afirmação enfática, afinal o mundo não é uma realidade pré-existente ao homem, mas uma realidade concebida pelo homem por meio da linguagem. Quando Reafirma a concepção de Humboldt de que a linguagem é humana desde o seu começo (Gadamer, 2005, 571), ao mesmo tempo Gadamer afirma a humanidade do mundo. O homem cria a sua realidade pela sua interação com outros por meio da linguagem. Através da linguagem o homem pensa, cria regras, define valores, afirma verdades, comunica conceitos, pré-conceitos, mitos, experiências... E assim estabelece os limites de seu mundo.
O conceito de mundo que Gadamer utiliza, fique claro, não é o conceito de mundo circundante no qual qualquer outro ser vivo pode estar inserido, mas de um mundo constituído pela linguagem. “O mundo é mundo apenas quando vem à linguagem”... (Gadamer, 2005: 572). Faz-se também importante ressaltar que segundo a teoria de Gadamer não se pode pensar numa verdade além da linguagem. Ao contrário, ela é construída ali mesmo, nesse horizonte, dentro da história da construção humana. A linguagem dá voz ao mundo, o falar humano, traz o mundo à fala, e isso habilita o homem a romper com os limites de seu mundo circundante. Segundo Gadamer os animais podem abandonar seu habitat, percorrer todo planeta, mas não podem se desvincular de seu mundo circundante; o homem, por outro lado, pode elevar-se acima do mundo circundante numa postura distanciada possibilitada pela linguagem. A linguagem não é em si um meio de objetivação do mundo, mas é a sua compreensão que o torna disponível e permite ao homem afirmar, negar, judicar, historicizar o mundo. “A linguagem humana deve ser pensada como um processo vital