babel filme
É possível perceber um perfil ou padrão de crítica que, por falta de termo melhor, chamaremos de "liberal", observado (em maior ou menor grau) em críticos, por exemplo, da revista Veja ou do Estado de S. Paulo , sem falar em levas de jovens conservadores que abundam em blogs (por sinal, bem intrigante tal fenômeno: adolescentes ou jovens que, não obstante a energia e vivacidade próprios de sua condição etária, se esvaem em um conservadorismo duro, seco, com uma sensibilidade restrita, medíocre, fragmentada).
Nesta linha analítica "liberal", a crítica em geral é focada sobre a pretensão do diretor em conectar o que não poderia ser - ou o que seria melhor não ser - conectado, as vidas dos personagens espalhados em quatro cantos do planeta. Neste sentido, sobram adjetivações quanto ao caráter "pretensioso", "moralista" ou "forçado" do filme. Quem tenta ser mais refinado não escapa de uma visão igualmente ideológica (conservadora): o "mal", segundo o diretor (segundo tais críticos), são os americanos/ocidentais/ricos, bem como seus gendarmes, sempre retratados de modo "estereotipado" (vide o exemplo dos turistas, insensíveis ante o infortúnio da personagem de Cate Blanchett, ou do policiais estadunidenses na fronteira mexicana).
Quem tenta ser mais refinado ainda acusa o filme de ser tributário de uma (talvez esquerdista?) "estética da pobreza" ou de uma "cosmética da fome", padecendo do mal de estereotipar e sobretudo de filmar a pobreza com extrema beleza. Como se, por mais "bela"(?) que fosse a retratação da pobreza, isso conseguisse abstraí-la de sua horrenda materialidade concreta. Finalmente, há