Aves Migrat rias

Aves Migratórias

Pequenas e valentes, as aves migratórias chegam a cruzar continentes e percorrer até 70 mil quilômetros. Apesar do desempenho impressionante, nem mesmo esses animais resistem às ações do homem. O último censo das populações dos maçaricos-árticos realizado pelo Canadian Wildlife Service e Manomet US constatou que, nos últimos anos, as populações decresceram em até 80%.
As aves migratórias se caracterizam por realizar deslocamentos a partir dos locais de reprodução para outros, de alimentação ou “invernada”. Os deslocamentos são cíclicos, repetidos anualmente, e podem cobrir longas distâncias. Um vasto número de espécies de aves se insere no fenômeno da migração. As famílias vão desde pequenos passariformes, andorinhões, cucos, bacuraus e falcões, às aves aquáticas, como as marrecas, batuíras, maçaricos, trinta-réis e os gigantes albatrozes.
A oceanógrafa Danielle Paludo, do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemave/IcmBio) e coordenadora do Plano de Ação Nacional de Conservação das Aves Limícolas Migratórias (PAN), conta que entre as aves aquáticas da ordem Charadriformes (batuíras, maçaricos, trinta-réis) há os maiores deslocamentos realizados por animais no Planeta . “O trinta-réis (Sterna paradisea) é a espécie que realiza o maior percurso migratório conhecido, cerca de 70 mil km anuais entre o ártico, onde se reproduz, até a antártica e retornando a cada ano. Algumas das pequeninas batuíras que encontramos nas praias e margens de rios no Brasil, apesar de pesar pouco mais de 15 gramas, podem realizar jornadas de mais de 30 mil km anuais, voando ininterruptamente por até cinco dias entre as paradas.”
A maioria das aves migratórias vem do hemisfério Norte para se reproduzir no ártico – motivo pelo qual são chamadas de “neárticas”. O principal motivo do deslocamento é a aparente a fuga do frio do inverno ártico. O Brasil está na rota de espécies não só setentrionais (neárticas), como também de