Avaliação de portugues 9º ano
A lentidão com que se tem desenvolvido a pesquisa científica das línguas indígenas no Brasil revela-se extremamente grave quando se verifica que essas línguas, desde o descobrimento do Brasil pelos europeus, têm estado continuamente submetidas a um processo de extinção (ou mesmo de exterminação) com conseqüências extremamente graves. Hoje há cerca de 180 línguas indígenas neste país, mas estas são apenas 15% das mais de mil línguas que se calcula terem existido aqui em 1500.
Quase todas as línguas indígenas que se falavam nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul do Brasil desapareceram, assim como desapareceram quase todas as que se falavam na calha do rio Amazonas. Essa enorme perda quantitativa implica, naturalmente, uma grande perda qualitativa. Línguas com propriedades insuspeitadas desapareceram sem deixar vestígios, e provavelmente algumas famílias lingüísticas inteiras deixaram de existir. As tarefas que têm hoje os lingüistas brasileiros de documentar,analisar, comparar e tentar reconstruir a história filogenética das línguas sobreviventes é, portanto, uma tarefa de caráter urgente urgentíssimo. Muito conhecimento sobre as línguas e sobre as implicações de sua originalidade para o melhor entendimento da capacidade humana de produzir línguas e de comunicarse ficará perdido para sempre com cada língua indígena que deixa de ser falada.
*Conferência feita por Aryon D. Rodrigues, lingüista e professor da Universidade de Brasília (UnB), na inauguração do
Laboratório de Línguas Indígenas do Instituto de Letras da Universidade de Brasília, em 8 de julho de 1999.
1) O autor defende que o trabalho dos lingüistas sobre línguas indígenas brasileiras é urgente urgentíssimo, apresentando o seguinte argumento:
A) a quantidade de línguas indígenas no Brasil diminuiu em 15% desde 1500.
B) as línguas indígenas do Brasil podem desaparecer antes de serem estudadas.
C) as línguas indígenas brasileiras desaparecem com