AUTORES E AUTORAS DE LIVROS EM MINAS GERAIS: ENTRE ESTADO, EDIÇÃO E MÉTODOS PARA O ENSINO INICIAL DA LEITURA E ESCRITA (1889-1980)
ENTRE ESTADO, EDIÇÃO E MÉTODOS PARA O ENSINO INICIAL DA LEITURA E ESCRITA (1889-1980)
Isabel Cristina Alves da Silva Frade
A compreensão sobre as práticas profissionais que vêm cercando a produção de um texto impresso, antes que ele chegue aos seus leitores finais, permite evidenciar as condições sócio-históricas envolvidas na produção, na difusão e na circulação da cultura escrita e, no caso deste artigo, as condições sócio-históricas que determinam a alfabetização no estado de Minas Gerais. Pode-se afirmar que o fato de existirem autor e texto não garante as condições para produção, circulação e uso dos livros, pois a sua produção deve ser submetida a uma ordem dos livros (CHARTIER, 1994, 1996, 2002). Assim, a ordem dos livros didáticos, além do diálogo com uma cultura pedagógica, é configurada por questões de financiamento, compra, distribuição, divulgação e uso pelos governos e pelo mercado editorial.
Trabalhos de Munakata (1997), Razzini (2010), assim como os de Batista e Galvão (2009), revelam uma tendência – que se vem fortalecendo no Brasil –, nos estudos da história dos livros didáticos, a se ir além da discussão de métodos pedagógicos para pensar esse objeto. Daí, a necessidade de se buscar uma visão ecológica do livro didático denominado “cartilha”, visto que esta é produto de um conjunto de relações (CHOPPIN, 2002). Darnton (1995) sugere um modelo geral para a análise de como os livros surgem e se difundem na sociedade e chama a atenção para a necessidade de se entender cada “etapa” do circuito que propõe, de forma relacionada às demais, objetivando alcançar uma perspectiva mais integrada do livro como meio de comunicação.
Se os estudos relativos à história dos livros, como o de Chartier (1994), trazem contribuições valiosas para o entendimento das relações dos autores com o mundo da cultura escrita, a Bibliografia Material e a Sociologia de Textos, campos consolidados por Mckenzie (1991), conduzem