Autobiografia taekendo

Biografia taekendoMeu interesse por lutas começou bastante cedo, expresso por meio de brincadeiras com amigos, nas quais lutávamos contra monstros imaginários, imitando os personagens de nossas séries favoritas, como Jaspion e Changeman, utilizando escudos, espadas e máscaras, na época, meus brinquedos favoritos. Em um momento seguinte, lembro-me de que, sem prejuízo ao sentido mais cênico de minhas brincadeiras, um interesse mais agonístico começou também a surgir. Uma lembrança bastante forte que tenho desta época é de quando ganhei um par de luvas de boxe. Ajoelhados, meus irmãos (muito mais velhos que eu) lutavam comigo, jogando golpes de brincadeira, enquanto eu desferia golpes com toda minha força. Lembro que grande era minha alegria quando percebia que conseguia lhes causar alguma dor, e que maior era o ímpeto quando eles achavam graça de meus esforços. Lembro claramente da intenção de autoafirmação perante eles, de querer provar algo, tal como do prazer sentido por poder, pela primeira vez, expressar-me daquela maneira e por conhecer os limites de minha força. Fora de casa, no entanto, eu era bastante tímido, medroso e chorão. A família sugeria que eu entrasse no karatê, mas eu me recusava, aterrorizado com a idéia de ter que lutar de verdade. Aos 09 anos, no entanto, este perfil já havia mudado e eu ingressei no karatê junto a amigos de prédio. Pratiquei por cerca de seis meses, até a academia fechar. Um ano depois, a turma do prédio deslocou seus interesses lutatórios para uma academia de taekwondo. Lembro-me ainda do folder que fui mostrar a minha mãe, no qual havia uma foto de meu mestre realizando um chute com salto, e no qual havia escrito: “taekwondo, a luta dos homens voadores”. Inicialmente ela não permitiu, pois queria que eu continuasse no karatê, por valorizar a perseverança em uma só prática, em detrimento da experimentação em várias, enxergando isso como falta de determinação. Por fim, no entanto, ela permitiu meu ingresso no taekwondo e eu