auto da barca do inferno
Análise da cena a alcoviteira:
Indicação dos símbolos cénicos e descodificação simbólica:
A alcoviteira representava a prostituição, sendo ela mesmo dona de uma dessas casas.
Trazia consigo uma enorme bagagem com bens materiais que simbolizavam o seu materialismo, carácter manhoso e enganador e os objectos que, nela continha indica a sua profissão e o seu pecado. Representam ainda o roubo que fazia (dentro da bagagem ela levava “… alguns frutos alheos”, ou seja, ela rou bava aos outros).
Percurso cénico:
Quando chega ao cais dirige-se a barca do Diabo, depois tenciona entrar no barco do Anjo, dirigindo-se a ele. Seguidamente O anjo afirma que ela não pode ir ali. Assim aceitando os seus erros e pecados (“ E que má - hora eu servi, pois não m’ há-de aproveitar!) retorna á barca do Inverno acabando por embarcar nela
Argumentos de acusação:
O estilo de vida (profissão relacionada com a prostituição), a hipocrisia, os roubos que fazia, o seu materialismo (levava consigo a enorme bagagem).
Argumentos de defesa:
Tem levado acoites e sofrido tormentos mais do que ninguém; Achava que tinha boa fé;
Servia a igreja, a sé, criando as suas meninas para os cónegos (clérigos, padres) se servirem delas;
Pensava que tinha feito coisas muito divinas;
Converteu, salvou mais meninas que santa Úrsula;
Considerava que se fosse para o inferno todas as outras pessoas também o iam.
Intenção crítica da cena: denúncia/personagem tipo:
A Brízida Vaz representa as alcoviteiras/o povo.
Gil Vicente para além de criticar a actividade de alcoviteira, critica também a degradação moral da sociedade, ou seja ele pretende dizer é que não são só as pessoas que praticam ou que estão ligadas as esta profissão que deviam ser condenadas, mas também quem a utiliza os seus serviços (prostituição), pagando põe eles, ele critica nomeadamente a classe social do clero.
Exemplos de cómico:
Cómico de linguagem:
“Barqueiro mano, meus olhos”