Ausência dos afrodescendentes na educação maranhense
Adalberto Conceição da Silva*
RESUMO
O presente trabalho tem a pretensão de suscitar o debate criativo e critico, visando contribuir para a construção de novas reflexões, de modo a estimular a análise sobre a ausência dos afrodescendentes na educação escolarizada maranhense. É relevante ratificar que a educação encontra-se numa velocidade assustadora, onde educador, educando e todos os segmentos da comunidade escolar encaram desafios na busca de um novo paradigma para a educação que valorize a inclusão socioeducacional de forma participativa, democrática e compartilhada; que imponha o respeito às diversidades, por meio, de “políticas públicas compensatórias e de reparação, voltadas para reverter às tendências históricas que conferiram a grupos sociais uma posição de desvantagem, particularmente, nas áreas da educação e do trabalho”. As dificuldades de acesso do negro, materializada ao longo do tempo por diversos fatores, nas excelentes salas de aula caracterizam-se, ainda por manter-se a ideia cristalizada que a educação intelectual de qualidade seja um bem disponível somente aos filhos dos mais abastados detentores do poder hegemônico. Aos desafortunados, portanto cabem apenas cursos paralelos, sem qualificação, voltados ao condicionamento profissional para obedecer e, sob a forma de migalhas são oferecidas tentativas enganosas de adequação para incluir alunos negros, evadidos da escola e curso regular formal ao mundo essencial de subsistência. Este dissimulado esforço tem a iniciativa e a colaboração efetiva do capital internacional, como ação complementar subsequente à erradicação do analfabetismo e às debilidades do ensino fundamental, visando assegurar a riqueza advinda dos meios de produção de baixo preço e do consumo desmedido fora da realidade. Todavia, o discurso ganha uma falsa aparência, por não se ter nenhuma garantia de permanência escolar daqueles