Aula
A professora trabalhava em uma pré-escola e relatou que um garoto de sua classe, CAI, quebrara de propósito o ralo de plástico do banheiro. As crianças vieram contar a ela o que havia acontecido e a professora dirigiu-se a ele, questionando-o. O aluno simplesmente disse que quebrara o ralo porque estava com vontade, que começou a pisar com bastante força para danificá-lo deliberadamente. A professora, sem saber o que fazer diante da resposta da criança, disse: “CAI, eu estou tão surpresa com isso que está me dizendo que prefiro conversar com você outra hora”. Quando nos encontramos, ela me explicou que sabia tudo o que não podia fazer: “Apesar de ser esse meu desejo, eu não podia humilhá-lo, dar um severo castigo expiatório, fazer gelo, ignorá-lo, dar uma boa lição de moral, esganá-lo, enviá-lo à diretoria etc. (...)”. Uma semana depois, a professora relatou o que tinha feito. Um resumo adaptado desse relato é apresentado a seguir: “... no dia seguinte, chamei CAI para conversar em particular. Antes que eu falasse alguma coisa sobre o fato de ele ter quebrado o ralo do banheiro propositalmente, ele já pediu desculpas. Creio que o pedido tinha como principal objetivo liberar-se das consequências de sua atitude. Descrevo resumidamente o diálogo que se sucedeu entre nós:
Profª: CAI, como ficou o banheiro que você e seus colegas usam todos os dias?
CAI: Ficou com um buraco no chão.
Profª: E o chão do banheiro irá ficar com um buraco?
CAI: Eu quebrei o ralo porque estava velho.
Profª: Tudo o que é velho você quebra?
CAI: Quebro e jogo fora meus brinquedos quando estão velhos.
Profª: Outro dia você trouxe à escola um livro de histórias que ganhou de sua mãe quando pequeno, lembra-se? Esse livro é bem velho, mas pareceu-me que você cuida bem dele...
CAI: ...
Profª: Quando eu tenho algo de que gosto, mesmo que esteja velho, cuido para durar mais tempo... Eu gosto muito da nossa escola, por exemplo, mesmo que algumas coisas nela estejam