aula diversa
Breve histórico sobre potenciais elétricos em nervos e músculos, parte 1
O começo da eletrofisiologia ocorreu no século XVIII como consequência dos estudos sobre eletricidade. Naquela época, a investigação experimental da eletricidade estava praticamente restrita ao estudo de faíscas elétricas. Muitas observações empíricas mostravam que faíscas elétricas provocam contrações musculares e isso levou alguns cientistas a especular que talvez a eletricidade fosse importante para o funcionamento do sistema nervoso.
A hipótese dominante na época, no entanto, era a proposta pelo filósofo francês
René Descartes (1596-1650) no século XVII segundo a qual os nervos conduzem um fluido vital composto por partículas produzidas no coração.
Por volta de 1780, o médico italiano e professor da Universidade de Bolonha
Luigi Galvani (1737-1798) começou a estudar o problema. Ele desenvolveu a montagem experimental denominada de “sapo preparado”, que consistia na parte inferior do corpo de um sapo sem a pele com a medula espinhal e os nervos que controlam o movimento das pernas expostos (figura a seguir).
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5910179 – Biofísica I – Turma de Biologia – FFCLRP – USP – Prof. Antônio Roque
Aula 16 – História da Neurofisiologia 1
Galvani testou diferentes maneiras de estimular a preparação eletricamente e descobriu que faíscas provocadas por diversos tipos de geradores “artificiais” de eletricidade (isto é, feitos pelo ser humano), como máquinas eletrostáticas e garrafas de Leyden, eram efetivas em provocar contrações dos músculos do sapo.
Após isso, Galvani passou a estudar os efeitos da eletricidade “natural” na atmosfera, que tinha acabado de ser descoberta pelo cientista norte-americano
Benjamin Franklin (1706-1790) em seus experimentos com papagaios. Galvani colocou um sapo preparado do lado de fora de sua casa em uma noite de tempestade e conectou o nervo do sapo a um fio metálico longo apontando para o
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