Aula de Bioética
Bioética, o surgimento:
Desde a segunda metade do séc XX, a humanidade passou a se defrontar com uma série de dolorosos questionamentos morais suscitados pelos avanços alcançados na ciência. A capacidade humana de destruir a biosfera e de manipular as espécies, ou de intervir tecnologicamente em sua evolução e em sua própria constituição, indicavam um novo período no qual os valores e princípios éticos clássicos passariam a ser relativizados em âmbitos diversos da ação humana. Isto não significava atestar a disfunção generalizada desses valores e princípios, mas a constatação de que já não era mais suficiente a aplicação de normas antigas aos novos casos. Foi neste contexto que surgiu a bioética.
A bioética passou a refletir a preocupação com a vida humana e com a dimensão moral das pesquisas científicas e das condutas médicas. Historicamente, foi a medicina que iniciou uma reflexão sobre as implicações morais da prática de seus profissionais. O primeiro testemunho disso pode ser encontrado no Juramento de Hipócrates (séc. II e IV aC.) que, segundo alguns autores, é de origem discutível, pois não traduz a forma como a Escola Hipocrática entendia e praticava a medicina. Para esses autores, é provável que o juramento tenha sua origem nas associações neopitagóricas, sobretudo pelo fato de conservar ainda uma concepção de medicina sacerdotal, ou seja, o conhecimento passava do mestre aos discípulos, sendo mantido em segredo entre os seus praticantes.
A ética Hipocrática: O juramento de Hipócrates era constituído de duas partes fundamentais. A primeira apresentava as obrigações éticas do médico para com seus mestres e familiares. A segunda tratava basicamente da sua relação com os doentes. A sua essência consistia em: em primeiro lugar não fazer o mal e, na medida do possível, fazer o bem.
Durante o séc. XX, após a Segunda Grande Guerra, a medicina é obrigada a repensar o seu papel na comunidade mundial. A barbárie praticada