Aula 13 Setor P Blico Reportagem
Revisa Melhor maio de 2013
Já vai tarde
Para tirar de cena a imagem negativa do funcionalismo público, é preciso investir na auto-estima do servidor e, conseqüentemente, modernizar a gestão de pessoas
Jacqueline Sobral
O mundo empresarial não é o único a debater temas como programa de desenvolvimento de competências ou remuneração por desempenho. Para acompanhar as transformações econômicas, políticas e sociais, o setor público brasileiro iniciou um movimento de valorização de seus profissionais baseado na premissa de que esse é o único caminho para a melhoria dos serviços prestados à população. Aos poucos, novos modelos de gestão pública começam a se consolidar no Brasil, mas os desafios ainda são muitos, já que isso não depende de decretos ou de mudanças na legislação, mas, sim, de uma mudança cultural. É preciso repensar a identidade e a função do servidor público.
Segundo Denize Dutra, consultora em desenvolvimento de pessoas e educação corporativa, já existem exemplos muito positivos de gestores da área pública investindo numa mudança organizacional e na educação corporativa, ou seja, levando as boas práticas do setor privado para o órgão público. "Isso é muito positivo. No entanto, é necessário resgatar o foco do papel do servidor, tanto para quem atua no sistema quanto para os muitos que estão ingressando agora", analisa. Para ela, os profissionais que atuam nesse setor precisam recuperar sua auto-estima e se sentirem motivados a oferecer serviços cada vez melhores, em vez de se acomodarem na estabilidade do emprego, como ocorre em muitos casos.
Caio Marini, consultor e especialista em administração pública, explica que existem quatro principais barreiras nas organizações estatais para a implementação de uma gestão estratégica de pessoas: a existência de um modelo cartorial, baseado principalmente em folhas de pagamento e controle de gastos; a ausência de um direcionamento e de uma coerência na estratégia governamental; a falta de