Auditoria Contábil
Muitos são os estudos voltados para a epidemia do uso abusivo de drogas lícitas e ilícitas. A demanda que chega às redes de Saúde Mental tem revelado usuários marcados por inúmeras nomeações e representações de diversos campos do saber que sustentam as ideologias contemporâneas relativas à saúde, ao corpo e a mente. No entanto, apesar de intensificarem-se os trabalhos junto a estes usuários, vítimas de um sistema contemporâneo que traz uma produção de conhecimentos, de verdades sobre as drogas e seus ‘adictos’, ainda há pouca reflexão a respeito do processo subjetivo do sujeito inserido neste contexto conflituoso.
A partir deste cenário, faz-se necessário uma reflexão sobre a reconstrução identitária do usuário, não focada mais no ato específico de agressão ao seu próprio ser, ou uma imposição de destruição, mas sobre a necessidade de ser compreendida e contextualizada, abordando a dinâmica de suas relações sociais e o modo de práticas discursivas que se interligam com processos identitários e com a uma (excluir ou o “a” ou “uma”) permanente reinvenção da pessoa em processo de tratamento. (FROIS, 2007, p. 232)
Este interesse de compreender o discurso e a busca por uma nova identidade do adicto, dentro do contexto de recuperação, partiu da experiência em acompanhar homens e mulheres em uma clínica particular de orientação psiquiátrica para tratamento de dependência química.
Remeter-se ao universo complexo que é o ser humano é tarefa difícil e desafiante, haja vista os diversos fatores que interferem e possibilitam a construção da subjetividade de cada indivíduo. Durante os trabalhos com homens e mulheres em grupos de acompanhamento psicossocial (acho que não há necessidade de repetir aqui, pois já foi citado antes que o trabalho é com homens e mulheres, eu escreveria assim: Durante os trabalhos de acompanhamento psicossocial realizados em grupos, percebemos uma dificuldade que alguns desses sujeitos têm de se reconhecerem como responsáveis pelo