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A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, anunciou nesta segunda-feira que seu governo pretende "expropriar" 51% da petrolífera de capital argentino e espanhol Repsol-YPF. Cerca de 40% das ações restantes devem ser distribuídas entre províncias argentinas e cerca de 6% devem ficar com os espanhóis. Atualmente, a espanhola Repsol detém 57% de participação na petrolífera.
Um projeto de lei foi enviado ao Congresso Nacional estabelecendo que o Estado argentino passe a controlar a empresa - que havia sido privatizada nos anos 1990 com o apoio da então deputada Cristina Kirchner (leia mais abaixo). Agora, o Senado argentino deve iniciar os debates sobre a estatização. O projeto será analisado em plenário formado pelas comissões de Assuntos Constitucionais, de Orçamento e Fazenda e de Mineração, Energia e Combustíveis.
A decisão do país foi justificada pela queda na produtividade da petroleira, pelo aumento inédito das importações de combustíveis e pelo fato de o país ser um dos poucos no mundo que não tem o "controle" deste setor.
"Depois de dezessete anos, pela primeira vez em 2010, tivemos que importar gás e petróleo. Também tivemos redução no saldo comercial (devido à queda nas exportações do setor), que entre 2006 e 2011 foi de 150%", afirmou Kirchner. A presidente argentina afirmou ainda que a estatização da empresa não é um fato inédito e citou o Brasil como um exemplo a ser seguido, além de mencionar México e Bolívia - que possuem 100% das suas empresas petrolíferas.
"No Brasil, o Estado tem 51% (das ações) por meio da Petrobras. Nós escolhemos o mesmo caminho (com a Repsol-YPF). Queremos ter uma relação igualitária com nosso sócio (Brasil), para ajudar a América Latina a se transformar também em região de auto-abastecimento. E, por isso, queremos incluir Venezuela no Mercosul para fechar o anel energético", disse.
O presidente da Repsol, Antonio Brufau, acusou o governo da Argentina de ter produzido uma campanha para provocar a