Atualidades
Atualidades Impeachment de Collor - 20 anos: Corrupção e plano econômico derrubaram presidente.
Caras-pintadas foi o nome dado aos estudantes que pintaram o rosto de verde e amarelo e organizaram passeatas pelo impeachment do então presidente Collor de Mello. Na foto, garoto pinta o rosto da colega diante do Congresso Nacional em 26 de agosto de 1992.
Há 20 anos, em 29 de setembro de 1992, a Câmara dos Deputados aprovou por 441 votos o afastamento do então presidente Fernando Collor de Mello. Ele foi o primeiro presidente eleito por voto direto após o regime militar (19641985) e o único deposto por um processo de impeachment no Brasil. Collor foi eleito em 1990 depois de derrotar o sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva com uma campanha moderna e apoio de empresários. Ele tinha apenas 40 anos de idade e era um político alagoano desconhecido do restante do país. Já no Planalto, Collor foi acusado de envolvimento em um esquema de corrupção organizado pelo seu ex-tesoureiro de campanha, Paulo César Farias, o PC Farias. As primeiras denúncias surgiram após os 100 primeiros dias de mandato e repercutiram na imprensa que, livre da censura da ditadura militar, pode investigar o caso. As acusações contra Collor ganharam força com a divulgação de duas entrevistas nas revistasVeja e Isto É. A primeira, publicada em maio de 1992, trazia o irmão do presidente, Pedro Collor, apontando a existência de um esquema de desvio de dinheiro para paraísos fiscais, montado por PC Farias. A entrevista levou à criação de uma CPI no Congresso. Na segunda, em junho, o motorista Francisco Eriberto França confirmou à Isto É que transportava cheques da empresa de PC Farias que pagavam as despesas pessoais de Collor e a mulher, Rosane Collor. Em julho, foi encontrada a prova definitiva da ligação entre Collor e PC Farias: um cheque-fantasma usado pelo presidente para comprar um carro Fiat Elba. Ao mesmo tempo, crescia nas ruas um movimento popular que pedia a saída de