atps de libras etapa 1
O fracasso educacional do surdo, particularmente no que se refere à apropriação da língua portuguesa, é fato constatado nas pesquisas educacionais. As diferentes propostas educacionais direcionadas ao sujeito surdo não têm conseguido atingir o objetivo de proporcionar o desenvolvimento pleno de suas potencialidades. A educação bilíngue pressupõe que a linguagem e a cognição dos surdos se apoiam na língua de sinais para se desenvolverem, sendo o português considerado sua segunda língua.
Na tradição da clínica médica, a surdez é vista como uma “deficiência” em relação a comunidade “ouvinte”, colocando os sujeitos surdos em desvantagem, se comparados à maioria da população. O modelo médico-terapêutico, ancorado na proposta oralista, reflete uma representação implícita que a sociedade ouvinte construiu do surdo, uma concepção relacionada com a patologia, tendo o currículo escolar como objetivo dar ao sujeito o que lhe falta: a audição e a oralidade. Em outra direção, outra visão vem sendo construída para entender a surdez como uma diferença cultural e não como uma patologia médica: é a visão sócia antropológica. Nessa visão, uma pessoa surda é alguém que vivencia um déficit de audição que a impede de adquirir, a língua oral-auditiva usada pela comunidade majoritária, construindo sua identidade assentada nesta diferença. No modelo sócio cultural, as dificuldades fazem parte do processo de desenvolvimento.
Enquanto com o ouvinte se explora a oralidade, com o surdo deveria ser explorada toda a riqueza da língua de sinais em sua dimensão interacional, da mesma maneira que as crianças ouvintes tem oportunidade de se expressar, também as crianças surdas precisam desse espaço de expressão. A educação dos surdos foi sempre marcada pelas representações dos ouvintes acerca da surdez, influenciando as práticas pedagógicas no decorrer da história. Com o bilinguismo, novas propostas educacionais são delineadas, pois a educação