atps anatomia
A Anatomia Humana é símbolo de um mistério que, durante toda a história, instigou questionamentos daqueles que, incessantemente, ansiavam por descobrir o que se esconde sob o manto o qual chamamos de pele. Embora os primeiros registros de dissecações em seres humanos sejam de Alexandria, realizadas por Herófilo e Erasístrato no século II a.C., muitos consideram seu inicio já em meados do século V a.C. quando, no sul da Itália, Alcméon de Crotona realizou dissecações em animais, na tentativa de estender suas descobertas à espécie humana.
Por volta do século II, quando, por motivos éticos e religiosos, proibiu-se o uso de cadáveres humanos, predominou a prática da dissecação em animais. O grande expoente deste período foi Galeno, que trabalho como médico na mais famosa das arenas de gladiadores de Roma, o Coliseu, e realizou inúmeras dissecações em animais, criando teorias e representações que se enquadrassem também ao corpo humano, consideradas inovações à época, porém hoje já defasadas.
Durante os três séculos seguintes a Escola de Galeno reinou por toda a Europa, até que, com a queda do Império Romano e a ascensão do Clero cristão ao poder, no século V, tanto suas descobertas quanto quaisquer outros estudos sobre anatomia, em animais ou humanos, foram proibidos, sendo a eles atribuídos características de cunho hediondo. Tal situação culminou com uma estagnação que durou aproximadamente 700 anos, quando em Salerno, na Itália, foi criada a primeira Universidade de Medicina, trazendo à tona os registros de Galeno.
Outro passo, ainda maior, foi dado quando foram novamente legalizadas as práticas de dissecação de cadáveres humanos nas universidades. Prática ainda muito rudimentar, a qual, devido à inexistência de quaisquer formas de conservação dos corpos, deveria ser realizada em até 48 horas, marcando o início de uma época de irrefreáveis avanços da anatomia. Tal progresso se deveu, em grande parte, ao aumento do número de pessoas