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Abuso sexual na infância: A vivência em um ambulatório de psicoterapia de crianças
A violência sexual é considerada, pela Organização Mundial de Saúde, um problema global tanto no senso geográfico, por estar presente em todos os países do mundo e níveis da sociedade, como por atingir pessoas de ambos os sexos e de todas as idades. É definida como qualquer ato sexual ou tentativa de obter um ato sexual, por meio do uso de força ou de coerção, ameaça de danos por qualquer pessoa, independente do grau de relação com a vítima e do ambiente no qual a violência ocorre. A pesquisa em processos jurídicos de casos de violência sexual contra crianças e adolescentes apontaram que as meninas são as maiores vítimas, com a violência tendo ocorrido entre os 5 e 10 anos de idade, mas com a revelação feita apenas na adolescência. Observou-se a necessidade de capacitação profissional para identificação e diagnóstico da violência sexual, com promoção de intervenções que objetivem a prevenção e terapia. A partir de um viés psicanalítico, considera-se que o fato traumático pode ser reproduzido, mesmo que sutilmente, nos relacionamentos que se estabelecem, com características de "isolamento e indisponibilidade para relacionamentos, sobretudo amorosos, e entre as gerações, em uma cadeia de violências intra-subjetivais, intersubjetivas e transubjetivas". A partir de um referencial psicanalítico, considera-se que a criança necessita de um ambiente suficientemente bom para um desenvolvimento emocional saudável, que não falhe além da capacidade da criança de suportar a falha. O abuso sexual, independentemente de ocorrer no âmbito da família ou externo à mesma, configura-se como uma situação de intrusão, que influencia negativamente no processo de desenvolvimento da criança. Ou seja, "dessa intrusão, apareceria numa distorção do desenvolvimento, em função da sensação do indivíduo, devido à